Santa Rita de Cássia, a Santa dos impossíveis que eu desconhecia...

 


Quando ouvia falar de Santa Rita, sempre me diziam ser esta santa, a Santa dos Impossíveis… 

E efetivamente se colocarmos o nome desta Santa na pesquisa on line, surgem dezenas de orações, ditas infalíveis que dizem esta Santa intervir em causas que nenhum outro Santo daria solução. Nesta coisa de oração a Deus para pedir a Deus como se fosse um supermercado ou de se invocar um santo para se obter qualquer coisa como se Deus tivesse a obrigação de nos atender como se fosse um génio da lâmpada mágica cada vez mais me parece um mascarado cristianismo que em vez de buscar os frutos de uma árvore anda às voltas das flores e do perfume por estas exalado como se isso fosse o suficiente.

Nos últimos anos, e quem acompanha o meu canal no YouTube Rosária Grácio, deve ter percebido, que cada vez mais tenho me dedicado a pintar os Santos e Santas católicas. Até criei uma playlist dedicada este tema que podem ver seguindo este link Pintura de Santos e Santas Católicas.

No início, comecei a pintar os santos apenas e só por sua imagem ou baseada apenas na primeira iconografia que me chegava às mãos. No entanto, percebi que alguns santos, e a maioria deles, tinha por vezes, várias imagens e vários significados.


Quando fiz um vídeo dedicado a Santa Teresinha do Menino Jesus em que usava frases desta Santa para mostrar o desenvolvimento desta pintura, percebi que um Santo ou Santa, não tinha apenas uma imagem, mas também uma palavra de vida, uma história de fé a partilhar e um exemplo a seguir por quem deseja chegar aos bens espirituais do alto. Assim pediu São Paulo: “Buscai as coisas do alto” (Colossenses 3,1). O que são as coisas do alto? Nas Bíblias mais antigas, lê-se "Buscai as coisas que são lá de cima".

Estas coisas que estão lá em cima, onde habita Deus, quase sempre são colocadas para segundo plano nas nossas vidas do dia a dia.

Infelizmente eu era uma católica de aparência. Julgava que conhecia a minha religião católica, porém, efetivamente pouco ou nada realmente conhecia.

Sinceramente, quando via uma imagem de um santo, pensava que sabia tudo deste santo apenas numa simples frase. Assim dizia que São José era o pai adotivo de Jesus, que Santo Antonio era o santo milagreiro, que Nossa Senhora de Fátima apareceu a três pastorinhos em Portugal ou que São João Batista teve a cabeça cortada por Herodes… 

Enfim, por vários anos vivi este catolicismo de aparência, sem verdadeiramente me aprofundar no imenso tesouro espiritual que tinha ao meu dispor. 

Quando fiz o vídeo dedicado a Santa Teresinha do Menino Jesus e coloquei as frases ditas por ela e as narrei no vídeo é que percebi que nada sabia realmente  de Santa Teresinha. E até hoje quando revejo este vídeo de Santa Teresinha - Frases em Pétalas com mais de mil visualizações no meu canal, me deparo com uma Santa que aos 24 anos atingira um grau de santidade que eu com com os meus mais de cinquenta anos ainda nem lhe cheguei aos pés.

Quando tomei a decisão de me aprofundar mais e mais no conhecimento da vida e da representação destes santos, deparei-me com uma realidade triste acerca da minha fé católica pessoal: eu, sendo católica, que convivi desde a minha infância com os Santos e as Santas da Igreja católica, pouco ou nada sabia da história deles. 

Sim, é uma terrível verdade que muitos católicos desconhecem a história dos santos. E eu, sou a primeira a admitir isso, quantas vezes fui a uma igreja católica e olhando as imagens que lá estavam, pouco sabia dos santos que ali estavam representados e dos símbolos que eles carregavam que nada mais eram que a sua própria história e mensagem católica de fé. 

Sim, em cada imagem, há uma história, em cada objeto que o santo ou a santa tem na mão ou a seu lado, conta uma história, uma memória de fé. 

Antigamente, quando não havia os livros, as pessoas iam às igrejas e sabiam ler nas imagens dos Santos a sua história. Aliás, quantas igrejas tem as paredes repletas de painéis de azulejos contando a história de um Santo ou Santa com tanta originalidade que qualquer um por mais iletrado que fosse sabia ler de imediato tudo o que ali estava representado. 

Um exemplo de uma igreja aqui no Porto é a Capela das Almas que com os seus diversos painéis de azulejos contam a história de São Francisco de Assis e de Santa Catarina.

Atualmente, e cada vez mais precisamos desta luz que provém da arte de contar histórias pelas imagens e seus símbolos capaz de falar e nos elevar às coisas do alto.

Mais que as palavras, a imagem carrega a emoção que muitas das vezes as palavras não conseguem expressar.

Quando pintei a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, percebi que nesta aparição, um simples índio foi capaz de ver Nossa Senhora e compreender que ela era Rainha, que esmagava a seus pés o mal, grávida de um Rei espiritual e Supremo de todo o universo… Como um índio conseguiu ler tudo isso na imagem de Nossa Senhora de Guadalupe sem esta lhe dizer nada disso?

Simplesmente, aquele índio vivia o que era a sua vida com outros que lhe eram próximos numa cultura sem relativismos. Por isso, Nossa Senhora quando lhe apareceu, sabia que não precisava de muitas palavras para lhe dizer tudo o que ela era e a mensagem que queria lhe trazer. Aliás, esta aparição não fala de profecias e nem se estende por extensas páginas didáticas. Esta aparição fala de uma ação com poucas palavras que se fez imagem num pano pobre, tornando-se vivo até os dias de hoje, confundindo os cientistas e os entendidos deste mundo.

Entretanto, quando há alguns dias me propus a ler sobre a vida de Santa Rita de Cássia e eu que buscava uma história simples de contar, deparei-me com uma algo difícil de contar em poucas palavras… 

Para quem acha que conhece esta Santa dos Impossíveis, espero que não seja como eu, que julgava conhecer e mais uma vez deparei-me com uma Santa, cuja vida interrogava a minha vida católica e o que considero de importante no mundo de hoje. 

Esta Santa dos Impossíveis tinha muito mais a contar que apenas umas tantas orações infalíveis que se vê na internet.

Convido-lhe a conhecer mais e mais esta Santa nos próximos artigos em que irei partilhar um pouco da sua história e pintura dos símbolos da sua imagem.

Pintura do Sagrado Católico - Introdução: As cores frias


(Continuação do artigo anterior - As Cores Quentes 

Por oposição à luz temos a noite, a escuridão.

O frio de um rigoroso inverno nos remete ao recolhimento, à solidão e a uma certa melancolia.  

O ambiente da noite nos traz tons escuros, azul, roxo e verde escuro são estas cores que transmitem sensações de frio, tristeza, solidão e recolhimento.
A chuva, por exemplo, intensifica esta sensações frias, pois por norma, as coisas molhadas escurecem a sua cor. 

Um bom exemplo disso é o que vemos nas árvores. As árvores num dia de intensa chuva ou num rigoroso inverno ficam com o seu tronco mais escuro, perdem as folhas ou estas ficam mais escuras.

A terra igualmente tem um tom acastanhado muito escuro, quando molhada pela chuva.

As cores escuras do céu refletem nos objetos, criando sombras mais intensas.

E apesar das luzes artificiais, os objetos se revestem de cores mais sombrias pois as luzes artificiais não têm a mesma dimensão e a amplitude da luz natural do sol.

A falta da luz nos condiciona um dos mais importantes sentidos: a visão. Sem a visão dos nossos olhos, é muito mais difícil até caminhar… Por exemplo, um espesso nevoeiro pode impedir totalmente a movimentação dos carros na estrada.

Na Bíblia existem várias passagens em que há esta clara definição do que são trevas e do que é luz. Uma das passagens é esta:

“Estende a mão para o céu, e haja trevas sobre a terra do Egito, trevas que se possam apalpar.” Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas sobre toda a terra do Egito por três dias. Um não via o outro, e ninguém se levantou do seu lugar, por três dias; porém em toda a parte onde habitavam os filhos de Israel havia luz.”(Êxodo 10, 21-23)

Neste caso, as trevas foram tão intensas que impediam a  movimentação das pessoas do Egito pois ninguém conseguia ver o que havia à sua frente. 

Estas "espessas trevas" dão-nos um sentimento de frio, de medo e de instabilidade. A escuridão em que todos "os gatos são pardos" conforme o ditado popular, em que nada se define, causando confusão e dúvidas. 

O mal reveste-se desta dúbia verdade, para agradar a todos, atraindo com o seu isco para o caminho errado.

E do mesmo modo as cores frias numa pintura transmitem esta sensação gélida, insegurança de ver o caminho a seguir porque nas trevas facilmente nos perdemos do caminho mais seguro e reto.

Na pintura do sagrado católico há uma definição bem assente do que é luz e do que é treva. Por isso, nesta introdução à pintura do Sagrado Católico quis fazer esta definição de forma clara e ao mesmo tempo, de forma prática, usando a natureza como melhor reflexo destes sentimentos de frio e quente.

No próximo artigo falarei das cores individualizando os seus significados. Cada cor exprime um sentimento... Irá se surpreender como as cores tem também significados bíblicos.

No meu canal do YouTube Rosária Grácio partilhei um vídeo sobre a Aparição de Nossa Senhora e da Santíssima Trindade à Irmã Lúcia em Tuy, clica aqui, e veja como a noção de luz enche esta aparição...

Se gostou deste artigo, subscreva este blogue, o nosso canal do Youtube e a nossa página do facebook para não perder nenhum dos nossos artigos nem os vídeos que irei publicar brevemente!

Siga a nossa página no facebook - Clica Aqui para que possa ser notificado dos artigos quando eles forem publicados.

Temos o nosso canal do Youtube onde estamos a partilhar algumas dicas para pintar e desenhar o que sente. Convido-lhe a ver este vídeo "A Chuva da história em mim"  Clica aqui. 

Espero-vos no próximo artigo, deixando-vos com mais uma oração do canal ora e Labora  que convido-lhe também a subscrever e seguir gratuitamente: